terça-feira, 8 de dezembro de 2009

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

domingo, 29 de novembro de 2009

Flamengo

Sou Flamengo e nem sei porquê...
Não foi influência do meu pai, nem de ninguém da família...
O meu melhor amigo na infância torcia por outro time...

Sou Flamengo e a minha mais antiga lembrança dessa felicidade vem do ano de 1963. Tinha 6 anos, sofria pelo rádio num empate dramático de um Fla-Flu histórico( o maior público em jogos de clubes no Maraca),que terminou zero a zero e deu ao Flamengo o título de campeão carioca. E da favela, na frente da casa da minha avó, pipocaram os fogos. Um tio me disse, pra tentar me provocar, que era ali que estava a minha torcida. Não adiantou. Tive mais orgulho ainda de ser rubro-negro...

Sou Flamengo contra tudo e contra todos...
Nos anos sessenta, no meu colégio, ia com o manto rubro-negro por baixo do uniforme, na vitória e na derrota... E quando me perguntavam, respondia: Uma vez Flamengo, sempre Flamengo...

Sou Flamengo de ir ao Maracanã na adolescência nas noites de sábado, tardes de domingo, dias de semana... E se me questionavam porque eu ia trocar uma festa para assistir a Flamengo e Portuguesa, sem nenhuma chance de título, eu dizia: Se eu não for, que torcedor eu sou ?

Sou Flamengo de Manicera, Onça, Fio Maravilha, Michila, Beijoca, Adãozinho, Vicentinho, Mineiro, Manguito, Jaílson e outros cabeças de bagre... Mas que naqueles momentos, na santa luz do Maracanã, poderiam por um lance, por um gol, por um instante infinito, serem deuses na minha insanidade saudável...

Sou Flamengo do orgulho da arquibancada misturada. Do cheiro de suor ao perfume da moda. Dos cabelos brancos,cansados aos ralinhos de quem, no colo do pai,tem muita energia pra torcer.Das camisas puídas, rasgadas pelo tempo, pelo uso, às compradas na butique mais chique. Das desdentadas às musas. Dos que falam "framengo" aos que escrevem poesia.

Sou Flamengo de Zico, o maior ídolo, a maior inspiração, Deus de carne, osso e coração rubro-negro...

Sou Flamengo de Raul, Leandro, Júnior, Andrade, Adílio, Carpegiani, Lico, Tita e Nunes. Preciso dizer mais alguma coisa ?

Sou Flamengo de chorar em cada título com lágrimas de menino, pétalas do coração.
De me sentir pequeno diante de tanta emoção. De me sentir sem merecer tanta alegria, de me sentir personagem de um sonho que nunca mais vai terminar...

Sou Flamengo de sair do jogo antes da hora quando a derrota é inevitável, embora já tenha esquecido se isso um dia aconteceu. De ter todos os argumentos do mundo para provar que o Flamengo é o melhor, mesmo naqueles momentos em que os fatos apontam outras verdades. Nessa hora, pior para os fatos...

Sou Flamengo mas não sou Romário, craque genioso que um dia pensou ser maior do que a Nação... Imperdoável.

Sou Flamengo e sérvio como o Pet, argentino como o Doval, paraguaio como o Reyes...porque ao vestir o manto, somos todos a mesma nação...

Sou Flamengo e me sinto feliz de dividir essa paixão com amigos como o Sá, Bia, Alexandre, Claudio Octavio, Sidinho, Samuel, Bernardo, Luís Gustavo, Marquinhos, Luís Felipe ( onde eles estiverem ) e tantos outros que encontrei neste caminho...

Sou Flamengo e me orgulho de deixar essa herança no coração do meu filho.

Sou Flamengo e me emociono de saber que influenciei o meu pai a fazer parte da família rubro-negra. E imagino ele, lá em cima, na arquibancada do céu, de riso tímido mas feliz com a nossa alegria...

Sou Flamengo e amo a Regina, o mais belo Fla-Flu da minha vida...

Sou Flamengo e apesar das sandices do Adriano, das esquisitices do Leonardo Moura, dos passes errados do Willians, das presepadas do Bruno, dos erros do Juan, das cachaças do Zé Roberto, agradeço....Porque hoje, e por pelo menos uma semana, vou me sentir mais perto do céu...

Ricardo

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Para um amigo







Quando você entra em harmonia com a natureza,
você percebe o quanto você é insignificante e ao mesmo tempo
o quanto é importante neste mundo.

Você percebe o quanto a vida pode ser
realizadora e fantástica...
Mesmo que nem sempre seja assim...
Mesmo que alguns sonhos terminem...
Mesmo que o túnel demore a passar...

Siga em frente,
olhe em volta
e perceba o amor que está nos seus amigos...
Veja no espelho,
o tamanho do seu coração,
e não deixe ele se encolher...

Não se prenda a sentimentos pequenos,
não se deixe limitar por mágoas inventadas,
por vontades não realizadas...

Siga a sua estrada para encontrar os seus paraísos.
Eles existem.
Só estão esperando que você abra os olhos...

Ricardo

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O mergulhador



É bom sabermos que fomos fundo, que mergulhamos nos nossos sonhos, que acreditamos nos nossos caminhos...
É bom sabermos que podemos resistir às pressões, que podemos afundar em nossos pensamentos e também reavaliar nossas posições.
É bom sabermos que há muito para descobrir, que podemos ser transparentes, que há várias cores no mar , que há muita luz no olhar de quem olha de frente...
É bom sentir a parceria, a troca , a comunhão, a sinceridade, a força do amor entre pai e filho.

Obrigado , Rodrigo. Foi bom demais ter você ao meu lado em Noronha.

Balé da tartaruga em Noronha...



É...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Dom está em Noronha...



O paraíso existe. Queria que vcs todos estivessem aqui.
Rodrigo está adorando. Hoje filmou o passeio de uma tartaruga. Amanhã devemos mergulhar de cilindro.
Honey, muita saudade.

beijo a todos !

domingo, 1 de novembro de 2009

Notícias de um casal bacana

Ele é gigante,
ela sabe encontrar o seu espaço.
Ele fala alto, toma conta...
Ela sussurra sinceridade.
Ele é inteligente, verdadeiro...
Não foge da briga.
Ela é sensível, sabe levar adiante.
Ele é mar revolto.
Braços grandes pra proteger.
Ela segura a onda.
É o porto dele..
Ele é amigo, muito amigo.
Ela soube se chegar.
Ele é culto,
mas fala mal dos Beatles
e não vê filme brasileiro.
Ela balança a cabeça,
mas não perde a admiração no olhar.
Ele chora no tango,
na ópera, no filme de Carlitos...
É pura emoção.
Ela o envolve,
parceira nas lágrimas
e nos sonhos.

Quando ele é radical,
ela contorna.
Quando ele é difícil,
ela sabe o caminho.

Quando ela duvida de si,
ele incentiva.
Quando ela perde a ilusão,
ele é poesia.

Ele tem um coração do tamanho do universo.
Ela se apossou desse coração guerreiro.
Ele tem duas filhas,
Ela espera a primeira
ou o primeiro...

Claudio e Karina estão grávidos.
E o gente fica mais feliz assim...

Ricardo

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Para Alexandre e Marcela...

Vocês estão começando uma caminhada. Juntos, com o que tem de melhor: o amor.
E é ele a força que vai levar vocês pela estreita, sinuosa, desafiadora, perigosa e fascinante estrada da vida em comum.
Não vai ser fácil...
Nem será tão difícil assim.
O segredo está na verdade. Nas palavras reveladoras, nos sentimentos pungentes, na cumplicidade do olhar, nos gestos de carinho, nos jogos sedutores.
O perigo está no silêncio. Nas emoções engolidas, nas frases escondidas, nos desejos abafados...

Vocês estão começando numa estrada.
E um caminho para que tudo dê certo é não deixar nada terminar.
É não se cansar de ouvir, nem de falar para o outro...
É eternizar a magia do seduzir nas declarações, nas flores entregues, nos decotes provocantes, na troca de olhares insinuantes...
É saber fazer durar o tempo que estão juntos, mesmo que se afastem para os compromissos do cotidiano...
É saber alongar o sonho que têm em comum, mesmo que haja pesadelos, pausas longas, planos cancelados...
É saber transformar mesmo que seja para voltar ao mesmo lugar, apenas pelo prazer de experimentar, de descobrir, de revelar as intimidades...
Ou saber se transformar para acompanhar as mudanças do outro no tempo, no corpo, nos quereres, nos fazeres, nos rumos...

Vocês estão começando nas nuvens...
E vão descobrir que tudo se resume a entender , a curtir, a respeitar e a valorizar que quando um é sol, o outro pode ser lua...
que quando um é mar, o outro pode ser areia...
que quando um é rápido, o outro pode chegar depois...
que quando um não quer, o outro pode desistir...
e que quando um não quer, pode esperar o outro seguir...
Sem romper o pacto, a emoção, a beleza das cores de um Maracanã lotado, separado e eternamente junto, num dia de Fla-Flu.

Ricardo

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Para Juliana e Clarice...

O amor não tem sexo,
o amor não tem nexo,
deixa perplexo,
porque é simples e complexo...

O amor não é a única resposta,
é perigoso na encosta,
precisa da mesa posta,
se alimenta da força proposta.

O amor não tem barreiras.
Faz jogos, brincadeiras...
É céu azul, verdes palmeiras,
é tempestade, corredeiras,
montanhas e trincheiras.

O amor é sem preconceito,
não precisa ser perfeito,
não se define por conceito...
Vem do peito,
escorre no leito,
deixa o ar rarefeito...

Se, às vezes, é afobado,
não pode ser culpado...
Precisa de cuidado
para ser magicamente explorado...

Iluminado
como um noivado.


Ricardo

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Luís Felipe.

O ano era 1978. Eu tinha 20 anos. Cabelos longos, idéias abusadas e uma vontade de curtir o sol, o posto nove e a vida descompromissada...
Pois foi naquela época que eu tive a primeira sensação de ser pai... Uma bobagem mas um sentimento que foi importante pra mim.
Através de uma amiga da Faculdade, conheci uma família formada pela mãe Denise e os filhos Monica e Luís Felipe... O menino tinha 11 anos. Meio gorducho, meio vesgo... Gostava de praia, não era de estudar, adorava futebol, torcia pelo Flamengo e sentia, como todo menino daquela idade, a ausência do pai. Tinha um olhar triste, um sorriso tímido e uma vontade enorme de agradar...
O Flamengo começava a formar o maior time da sua história. Zico e companhia se preparavam para conquistar o planeta. Eu não perdia um jogo. E Luiz não tinha quem o levasse para o Maracanã... Acabou virando meu companheiro de arquibancada.
Às vezes, nossa distância de quase dez anos crescia e eu me sentia mais velho, responsável por ele, quase pai, dividindo as lições das vitórias e das derrotas... Às vezes, nossa distância se encurtava e éramos apenas irmãos...Brincando, gozando e curtindo as alegrias da juventude...
Me lembro do brilho dos olhos dele descobrindo como a emoção de torcer unia as pessoas... Negros, brancos, pobres, ricos, velhos, jovens, zona sul, zona norte...todos éramos uma só família, uma mesma paixão.
Quando o gol saía, transformávamos aquela energia em esperança, em felicidade, em amizade eterna, mesmo que por alguns segundos...
Não esqueço o primeiro título que o garoto viu na arquibancada. Um gol aos 38 do segundo tempo. Ele abraçava, gritava, deixava de lado as carências da vida, o olhar triste, o sorriso tímido...
Luís também estava comigo no primeiro título nacional do Mengão. Chorávamos juntos na arquibancada. Pai e filho, irmão mais velho e irmão mais novo, parceiro e parceiro...
A vida traçou seus caminhos. Fui morar longe do Rio. Perdi o contato.
Não vi mais o menino e os seus sonhos de criança.
Não soube mais nada do jovem e de seus planos para o futuro.
Não tive nenhuma notícia do homem, das suas realizações, das suas descobertas e dos seus tombos...

Hoje recebi um e-mail da mãe. O menino que dividiu tantas emoções comigo no Maracanã, me fez sentir pai por alguns instantes, irmão mais velho por outros, perdeu o jogo mais difícil da vida dele. Não era hora ainda mas Luís preferiu se despedir...
A arquibancada ficou mais triste para mim.
Espero que num outro estádio, ele seja mais feliz.

Ricardo

domingo, 4 de outubro de 2009

Théo, meu primeiro neto

O guerreiro Théo chegou
e tomou conta
do nosso mundo.
Bochechudo,
gordito,
cabeludíssimo...
Veio do interior
pra conquistar a cidade.
Traz na força do olhar
a gentileza da mãe e
o caráter do pai...
Traz no peito,
a história,
a luta,
a alegria
e a força de quem mexe com a terra,
de quem conhece o canto da cachoeira
e se deslumbra com os mistérios do mato...
O guerreiro Théo chegou
para plantar mais esperança,
mais riso,
mais felicidade,
mais certeza de que é possível envelhecer
sem sentir o tempo,
sem ter medo do futuro...
O guerreiro Théo será nosso cúmplice
na vontade de transformar,
de ficar mais junto,
e de dividir os apertos
e as explosões do coração.

O guerreiro Théo
nunca estará sozinho.
Palavra de avô.

Gustavinho, o aviador

Ele chegou dormindo.
Mas rapidamente veio para o meu colo e...
continuou dormindo!
Aos poucos, despertou.
E mostrou um sorriso, uma alegria,
uma festa, uma vontade de crescer e conquistar o mundo.
A cara é do pai,
a simpatia é da mãe,
a história é dos dois...
E a vida é dos três...
E de nós também...
Afinal, a Bianca entrou em alguma estação do bonde,
depois veio o Zé Colméia...
E agora, o Gustavinho...
Nasceu no dia 13 de junho...
O mesmo dia em que meu pai descansou.
E eu espero que tenham se cruzado no caminho cósmico
e o aviador tenha despertado nele,
a vontade de voar,
a ambição de conquistar o céu,
de viajar pelo mundo como a mãe,
de tentar compreender as equações do planeta como o pai
ou simplesmente,
de fazer a vida mais azul...
Mesmo que seja só na imaginação...
É ela que pavimenta a primeira pista
pra você decolar, Gustavinho.

Ricardo

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O Bonde e a nossa festa de Babette

Dizem que o espírito do Bonde saltou numa estação e não voltou mais... Ficou nas lembranças dos seus passageiros. Tempos de risadas frouxas, palavras de carinho, sementes de amizade, cantorias,praias, jogos, bebedeiras, cinemas, alegria da vida sem compromisso...
Há quem afirme que o Bonde não resistiu a saudade de alguns que ficaram em outras estações, seguiram outras rotas...
Os mais apressados taxaram bombasticamente: O Bonde virou história. Arquivo de texto. Quem sabe até deletado pela rotina que nos endurece, nos massacra, nos afasta...
Mas eu tenho certeza que não... O Bonde está vivo. Rodando no trilho da vida, em linhas tortuosas porém afirmativas, às vezes, distante, outra vezes, perto demais... mas seguindo na direção da próxima estação...
E sabem porquê ? Por que passageiros vão e vem, alguns saltam, muitos chegam e poucos seguem em frente...
O espírito do Bonde não nos abandonou.
Talvez tenha trocado de nome,
Talvez tenha viajado de metrô pelas nossas mentes,
Talvez esteja apenas do nosso lado ou no banco da frente ou no de trás, escondido pela folha de um jornal, pelos óculos escuros de uma manhã ensolarada, ou pela nossa cegueira do cotidiano...
Não importa.
Quem degustou da suavidade das folhas, da delicadeza dos molhos, da magia dos sabores, dos sorrisos, das palavras, das cumplicidades, dos olhares amigos, daquela tarde de sábado, se sentiu mais do que nunca passageiro do Bonde...
Obrigado, Olívia.

Ricardo

sábado, 22 de agosto de 2009

Hoje é aniversário do Dom!

É um privilégio ser sua mulher e dividir a vida com ele.
Essa semana descobri que Marisa Monte gravou uma música chamada "Bonde do Dom"!
Deixando de lado o ciúme, achei que seria legal que ele soubesse que é tema de uma música de sua musa. Afinal, quem está com ele SOU EU!!!
Muita saúde meu amor!
Feliza Aniversário Dom!

sábado, 15 de agosto de 2009

The PEN story

Comercial brilhante da Olympus, feito em stop-motion com milhares de fotografias. Como tem gente boa por aí...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Os amigos do meu pai...

Meu pai tem uns amigos que são geniais.
Precisam ver como ele se transforma depois de encontrá-los. Pode estar o maior baixo-astral; é só sentar todo mundo na mesa que os sorrisos aparecem, a felicidade transborda. E quem está em volta vai se contagiando também - por sorte eu estive várias vezes. Só de fazer meu pai feliz nos momentos mais difíceis já me alegravam muito por tabela. Mas os caras são bons mesmo. Eis que passaram a me alegrar duplamente: ficava feliz por deixarem meu pai feliz, e logo aquilo já me contagiava diretamente, ajudando muito em uma época de tantas perdas... Apesar da grande diferença de idade para alguns, tornaram-se eventualmente companheiros de cinema, vinhos, celebrações, comemorações e até de fim de semana na serra, vejam só. Com eles vieram pessoas novas bacanas e até gente antiga retornou, diretamente das peladas na infância...
Meu pai já me deu muitos presentes surpreendentes na vida. Taí, no entanto, um por qual não esperava...

Aliás, pensando bem, apaga tudo isso aí, tá ruim. Vamos começar de novo.

Eu tenho uns amigos que são geniais...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

sábado, 20 de junho de 2009

Ok, Frank, toque aí, aquela velha canção...

Gosto muito de música. Gosto de murmurar uma melodia enquanto faço coisas simples do cotidiano. Há sete dias uma canção tomou a parada de sucessos dos meus murmúrios. Gosto dela mas não é nenhuma das minhas preferidas. A explicação para esse zumbido musical na minha cabeça era o cantor: Frank Sinatra. Meu pai não era muito ligado em música. Não o via cantarolando, nem escutando nada mas sei que admirava o velho Frank...

Hoje nos despedimos mais uma vez do velho coronel. Por uma hora, num mesmo templo, estavam os velhos companheiros de turma da Aeronáutica, os filhos de alguns pilotos que voaram para sempre, os meus amigos que conviveram com ele, os meus amigos que não tiveram a sorte de conhecê-lo, a gerente de banco de mais de 20 anos da conta do "seu" Celio, a fisioterapêuta que o ajudou muito nos últimos anos, os amigos da família, a minha família, a preciosa família que eu ganhei quando casei com a Regina, o neto que era motivo de orgulho e felicidade dele, a neta que ele ganhou e adorava, a nora que meu pai admirava e não cansava de elogiar e a minha mãe, que viveu com ele uma grande história de amor, que não teve final feliz mas que foi profunda, forte e companheira enquanto durou...
E antes da missa começar, eu estava ali murmurando mais uma vez, bem baixinho, "Fly me to the moon"... Como a maior paixão do meu pai era voar, me permiti, naquele instante, imaginar que ele estava seguindo a sua rota, cantarolando que "gostaria de ser levado para a lua, brincando entre as estrelas" que iluminariam o céu de paz, amizade, companheirismo, alegria e amor...

Eu nem olhei pra cima mas sentindo o coração daquelas pessoas ao meu lado, tenho certeza de que na noite de hoje o céu estava brilhando.

Ricardo

domingo, 14 de junho de 2009

O último voo

Preparou tudo cuidadosamente.
Não era o plano de voo mais importante da vida
mas era o definitivo.
Era preciso checar cada detalhe.
Conferir os mapas, traçar a rota,
E o principal:
Indicar os próximos passos para quem ia ficar.
Como um comandante centralizador, fez tudo sozinho.
Poderia ter dividido.
Quem sabe com um co-piloto ?
Mas talvez, pelos descaminhos do dia a dia , pelas teimosias do coração,
tenham faltado co-pilotos ao seu lado e se acostumou a tomar decisões, só e pra si...
Talvez tenha sido assim quando voava pelo Correio Aéreo e pousava em lugares
perigosos, pistas de terra no meio da floresta, nas missões de salvamento e ajuda de que tanto se orgulhava.
Não dá pra saber agora.
O plano de voo foi feito para ser cumprido.
E ele decolou...
Com certeza, não imaginava tanta turbulência.
O velho avião, já estava marcado pelos ventos do tempo,
e ele sabia que não ia ser fácil...
Mas por que tanta nuvem, tantos raios, tanto mau tempo naquela viagem ?
Quem tem a resposta ?
Aos poucos, o radio não recebia mais mensagens
por mais que a torre tentasse falar,
tentasse orientar,
tentasse confortar...
Não havia resposta.
O silêncio das alturas começou a se estabelecer...
Mas aquele ponto de luz ainda brilhava no radar.
Todos sabiam que o motor era guerreiro,
não falhava...
Mesmo que as asas trepidassem,
mesmo que o leme não atendesse mais aos comandos...
o motor teimava em roncar.
Foi sempre um motor forte acostumado a tempestades
que soube conduzir sonhos,
rasgar caminhos,
levar a vida
e transportar vidas pelo céu azul...
Naquele momento, o plano de voo não estava saindo como o previsto.
Mas um bom comandante está sempre preparado
para as interferências do destino.
E ele seguiu...
Aos poucos,
a luz foi sumindo no radar,
na esperança dos olhos de quem estava com os pés na terra
e carregava uma história de convívio, amizade, respeito, carinho e amor no coração.
De repente, a luz se apagou...
O velho avião riscara os limites da existência...
Mas os planos do último voo ficaram
e foram seguidos,
marcados pela saudade, pelas dúvidas de decisões que não foram tomadas,
pelas últimas palavras que não foram faladas......
A história terminaria aqui mas um radio-amador,
numa ilha imaginária entre o Atlântico e o Pacífico,
captou mensagens que pareciam perdidas nas nuvens.
Uma delas falava do orgulho de um velho comandante pelas conquistas da vida...
Outra dizia a respeito a uma das ultimas visões que ele teve da pista:
o comandante não imaginava
que ela estaria tão cheia de amigos, sentimentos e carinho em volta do seu filho...
E partiu mais feliz...

E por último, o radio-amador captou diálogos vindo de algum ponto do paraíso
entre os rádios dos aviões dos coronéis Gomes, Braga e Carvalho.
Felizes, davam boas-vindas ao mais novo membro da esquadrilha do céu:
o coronel Celio Pereira.

Beijo, pai.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

ENQUANTO AINDA TENHO TEMPO

Minha querida irmã,
Pela primeira vez tomei a iniciativa de escrever para você.
Engraçado, porque já se passaram muitos anos, já passei dos cinqüenta, você também, e praticamente nada falamos a respeito um do outro.
Queria lhe falar que senti muito sua falta.
De você e de quem você seria para mim.
De nossas brigas, de nossas implicâncias, de nossos temores, de nossos segredos.
Sem você, não aprendi a dividir a atenção da família.
Sem você não aprendi a dividir a garrafa de 200 ml de Caçula nem a de 185 ml de Coca Cola.
Sem você, fui aprendendo as coisas da vida, sozinho, sem a sua cumplicidade.
Com você por perto, desde o começo, nem sei que pessoa eu seria hoje.
Tenho certeza, porém, que seria melhor do que sou.
Teria aprendido mais cedo.
Saberia bem mais das mulheres.
Queria também que você soubesse que nunca quis ser gêmeo de ninguém, nem de você.
Sempre gostei da minha independência, do meu livre arbítrio, não queria ninguém, tão igual a mim sofrendo ou me cobrando, por causa de cada coisa diferente que eu fizesse ou pensasse em fazer.
Mas, uma irmã querida, eu queria, bem que eu queria.
E quer saber porque justo hoje resolvi me comunicar com você?
Por causa do Ricardo que ainda quer conversar com o pai, por causa da novidade do Bruno e da Joana e por causa do filme que acabo de ver.
O filme é sobre uma irmã gêmea que vai viajar e na volta não encontra mais o irmão. Na ausência dela, ele havia brigado com os pais e tinha partido.
Ela quase morre, com a ausência dele.
Ela não suporta a ausência dele.
Por causa do filme, lembrei de você e do nosso pai, de quem eu também sinto muita falta.
Com ele eu pude conversar muito. Ele era maravilhoso e cheio de defeitos.
Se você já esteve com ele ou tem tido oportunidade de estar com ele, dê-lhe um abraço muito apertado e um beijo muito carinhoso.
Diga-lhe que continuo cheio de defeitos também.
Diga-lhe que agora escrevo num blog e que gosto muito.
Diga-lhe que continuo amando a Bia e que estamos numa fase ótima.
Que os netos dele, seus sobrinhos Bruno, Juliana e Bárbara, já cresceram e eu continuo a adorá-los.
Que tenho 2 enteados, a Olívia e o Caio. A Olívia ainda não me beija, mas eu digo que sou o pai dela de Ipanema.
E não esqueça de também dizer-lhe que eu e Bia vamos ser avós e ele bisavô, soubemos hoje.
Quanto a nós, irmãos tão distantes, talvez possamos fazer alguma coisa a respeito disso.
E eu ainda longe de você, lembrando de você, vou tentar conversar muito mais com todos os meus amigos de fé, meus irmãos, camaradas.
Não tenha ciúmes, provavelmente me aproximo deles por causa da falta que você me faz.

Beijos carinhosos.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

As lições

Meu pai sempre me ensinou a aproveitar as intempéries da vida para tirar lições...Me lembro de que ele sempre me perguntava no início da minha caminhada escolar o que eu tinha errado nas provas, mesmo com as notas boas que eu tirava ( sim, fui CDF ...) , para que eu descobrisse o porquê do erro, para entender o problema e não errar mais...

Meu pai sempre me ensinou a ouvir o outro lado. Quando entrei na faculdade, ficou preocupado com o poder do "ouro de Moscou" e com os " estudantes profissionais" que poderiam levar as minhas boas intenções e os meus sonhos de mudar o mundo para o lado errado. Ou melhor, lado que ele, militar, considerava errado... E aí sempre me dava para ler artigos, textos, críticas, visões diferentes para eu entender o que pensavam as pessoas que não faziam parte da minha turma de autores, colunistas e escritores preferidos...E ele sabia que também era uma forma de aumentar a minha capacidade de pensar e de defender as minhas idéias...

Meu pai sempre me apoiou depois de algumas derrotas na minha carreira profissional. Sempre procurou me ouvir, discutir as minhas razões, questionar as posturas adversas, sempre no sentido de que eu , pelo menos, aprendesse alguma coisa com aquilo tudo que estava acontecendo. E com as palavras certas e gestos de carinho, sempre dava um jeito de levantar a minha cabeça para seguir em frente e dar a volta por cima...

E agora, quando não pode falar mais, meu pai tem me mostrado que há alguma coisa para aprender, mesmo que seja de uma forma muito dolorosa... E uma dessas lições que tenho tirado é a de não repetir um erro da nossa relação. Meu pai sempre ouviu muito da minha vida mas falou pouco da dele. Quantas questões ele errou nas provas e não debateu comigo ? Quantas vezes ele precisou ouvir opiniões diferentes para mudar de idéia e viver melhor ? E quantas vezes ele necessitou de um gesto bacana para seguir em frente e eu não percebi? Não sei a resposta. Sei que também errei. Mas o recado eu já entendi. Para o meu pai, talvez já seja tarde...mas para o meu filho, para a minha quase filha, para a minha mulher e para os meus amigos, ainda há tempo.

Ricardo

Simonal

Sábado fui ver o filme do Simonal. Adorei. O cara vacilou numa época que não podia vacilar. Mas foi uma pena. Ele era o máximo!
Essa música é linda demais...

Tributo a Martin Luther King
(Wilson Simonal e Nonato Buzar)


Sim, sou um negro de cor
Meu irmão de minha cor
O que te peço é luta sim
Luta mais!
Que a luta está no fim...
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá! Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Oh! Oh! Oh! Oh!

Cada negro que for
Mais um negro virá
Para lutar
Com sangue ou não
Com uma canção
Também se luta irmão
Ouvir minha voz
Oh Yes!
Lutar por nós...

Luta negra demais
É lutar pela paz
Luta negra demais
Para sermos iguais
Lá Lá Lá! Ah! Ah! Ah! Ah!

Sim, sou um negro de cor
Meu irmão de minha cor
O que te peço é luta sim
Luta mais!
Que a luta está no fim...
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá! Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Oh! Oh! Oh! Oh!

Cada negro que for
Mais um negro virá
Para lutar
Com sangue ou não
Com uma canção
Também se luta irmão
Ouvir minha voz
Oh Yes!
Lutar por nós...

Luta negra demais
É lutar pela paz
Luta negra demais
Para sermos iguais
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Para sermos iguais
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá

Beijos
Bia

quarta-feira, 27 de maio de 2009

NÃO TEMOS TIDO TEMPO A PERDER

Dois amigos tem problemas.
Tem estórias com os pais,
Tem estórias com os filhos,
Tem estórias de vida e de trabalho.
Estão consumidos e desgastados.
Ainda assim e por causa da amizade resolvem se encontrar.
A proposta é simples.
Os 2 derrubados se encontrariam num bar.
Se a mesa do bar os suportasse e não caísse com eles,
quem sabe não se aprumariam?
Os dois homens, os dois amigos se ajudam, se emocionam, brincam e riem.
A mulher de um deles, que é amiga dos dois, aparece para dar uma força extra, por um breve período.
Poderia ficar mais tempo, mas resolve deixá-los.
A conversa de ambos prossegue.
Há tempo para mais um chopp, mesmo depois de tantos.
Tiveram “muito tempo a perder, tiveram todo o tempo do mundo”, numa alusão a Renato Russo.
Fecham a conta e não se despedem.
Um amigo resolve acompanhar o outro até em casa.
É simbólico.
Fez bem.
No dia seguinte ambos se falam ao telefone.
Ambos estão melhores.
Um deles comenta que após várias semanas tendo sonhos pesados, pela primeira vez tinha tido um sonho bom, leve.
Disse que foi resultado da conversa.
O outro sorri.
Ambos sorriem.
Conversa entre dois amigos, do bem, é assim.
Pena que não temos tido tempo a perder....

domingo, 10 de maio de 2009

Dia das mães

Um beijo enorme para todas as mães maravilhosas!!!
Bia

domingo, 3 de maio de 2009

Ação!

Continuamos nos encontrando, continuamos nos amando, mas escrevemos pouco.
Temos tantos escritores nesse bonde e ninguém se anima?
Cadê vocês?
Dona Baratinha, Lelê, Simone... Cadê vcs?
Bora, galera, vamos escrever!!!
Beijos
Bia

sexta-feira, 17 de abril de 2009

TORCIDA ARCO-ÍRIS ATACA !!!

Fonte: G1- Globo ponto com -
Domingo, quando o árbitro encerrar a decisão da Taça Rio, o Campeonato Carioca pode conhecer o seu novo campeão caso o Botafogo saia de campo vencedor. E se o Alvinegro faturar o título irá garantir a alegria não só da sua torcida, mas também a de vascaínos e tricolores. Pelas ruas do Rio de Janeiro, os rivais se declaram pró-Botafogo. Os tricolores não querem de forma alguma ver o Flamengo conquistar o seu 31º título e, pela primeira vez na história, ultrapassar o Fluminense em números de títulos.
- Agora é Fogão! Vamos vestir a camisa preta e branca e torcer porque não podemos deixar os caras chegarem na gente! - declarou o estudante Renan Ramos. O tricolor Pedro Niemeyer, estudante de Matemática da UERJ, foi além.
- Com certeza vai dar Fogão na cabeça! O Fluminense vai manter a supremacia no Rio por muitos anos ainda. E a Copa do Brasil é nossa! - disse Niemeyer. Entre os vascaínos, não há um motivo declarado tal como o dos tricolores. O desejo de ver o Flamengo derrotado vai pela rivalidade entre as duas equipes, que nos últimos anos foi aguçada pelos seguidos títulos que o Rubro-Negro conquistou em finais contra o Vasco (os Cariocas de 1999, 2000, 2001 e 2004, e a Copa do Brasil de 2006).
- Vou torcer pro Flamengo? Já viu vascaíno torcer pro Flamengo? Vai dar Fogão! - disse o motorista de van Nivaldo Ismael.

RUBRO-NEGROS DO MUNDO, UNI-VOS !!!

domingo, 5 de abril de 2009

O BLOGDODOM

Sou um cara de “rompantes”.
Boa escolha para adjetivar-me. É uma palavra “das antigas” tal qual “calção de praia” ou “sandália japonesa”, essas últimas mais usuais no meu linguajar, posto que vou à praia “tomar banho de mar” com freqüência (ainda com trema).
Por ser assim, habitualmente tomado por interesses intensos e múltiplos, no conjunto da obra que (chamarei aqui de minhaformaçãointelectual), sou um pouco de muitas influências.
Gosto de ser assim, que fique bem claro, pois tal comportamento, pré-disposto a novidades enfrenta muito bem meu outro lado preconceituoso e conservador.
Sou avesso a ORKUT, a nickname em MSM, e a superexposição cibernética.
Ainda assim, tenho ido ao BLOGDODOM comentar os textos dos meus amigos queridos.
Ainda assim, tive a ousadia de escrever 2 ou 3 textos nesse blog.
Todos nós, amigos do BONDE, temos feito isso nos últimos meses.
Será que recebemos visitas secretas?
Será que fomos adicionados a outros blogs?
Será que ao escrever aqui estou fazendo, pelo menos em parte, o que os mais jovens do mundo inteiro estão fazendo e que eu vinha criticando?
Já fiz severas críticas a um de meus filhos sobre essa superexposição.
Reconheço agora, ter exagerado.
Afinal, escrevo esse texto para ser publicado.
Fiquei uma semana em São Paulo num intensivão de trabalho longe de todos.
Ontem a noite ia encontrar e saber dos amigos depois de tantos dias.
Antes de sair, fui ao BLOGDODOM
Pois bem, Ricardo acaba de escrever um texto lindo sobre o seu pai e a Bia (NOMEUPERTO) nos arranca gargalhadas com seu último texto sobre o 15, a xuxuba e o ingrês-aéreo-nacional.
Fazendo parte dos textos, seguem os comentários.
Juntos, textos e comentários, acabam criando uma pequena catedral de sentimentos escritos que podem ser relidos pois estão publicados.
Essa pequena catedral exercita mais contribuições espontâneas.
Essa pequena catedral gera e doa: admiração, calor humano e mais amizade.
Aos que mais escrevem, Bia e Ricardo, meus cumprimentos.
Aos que mais comentam, Regina e Reynaldo, minhas saudações.
Hoje não resisti, meu “rompante” foi esse, escrever sobre essa maneira contemporânea de expressarmos nossa amizade e opiniões no ciberespaço.
Se durar um pouco mais, vou até aprender a publicar no BLOGDODOM sozinho!
Dizem por aí que é fácil.
Vida longa para o nosso blog, para o NOMEUPERTO e para tantos outros.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Alô, torre, permissão para pousar, câmbio....

A maior paixão do meu pai era voar...
Mas depois de 25 anos, ele deixou os aviões da FAB para tentar outros voos na vida civil.
Conquistou novos céus e soube me levar nas asas em rotas seguras para que eu pudesse descobrir os meus próprios voos, os meus próprios aeroportos...
Há um mês, o aviãozinho dele vem enfrentando turbulências, tempestades e algumas panes...
Mas, como nos velhos tempos de piloto do Correio Aéreo Nacional em que pousava em pistas de terra no meio da mata da Amazônia para levar remédios, transportar doentes e atender as populações carentes, ele tem levado a própria vida além de algumas nuvens mais carregadas...

Ontem, meu pai saiu do CTI e foi para o quarto...
Ainda há muitas nuvens na rota dele...
Mas, aos poucos, o velho piloto parece que vai encontrando forças para fazer mais um pouso suave na pista de casa...

Queria agradecer o apoio de todos vocês durante esse tempo. A longa viagem não terminou ainda mas já deixou marcas profundas de carinho e amizade no meu coração.

Ricardo

segunda-feira, 30 de março de 2009

O cara!

Recebo um convite da Bia no domingo: vamos almoçar hoje? Eu, você, Joana e Sá? Ótima pedida para um dia nublado. Tomei um banho e segui pra casa dela. Digo, pra casa do Sá e dela.

Descobri no Sá um super anfitrião. Ele nos recebeu com vinho do Porto, queijo brie e salmão defumado. E uma delicadeza... Uma gentileza... Há muito não era recebida de forma tão agradável! Desse jeito, nem dava vontade de sair pra restaurante nenhum. Mas a Bia entrou numa de que engordou e não queria ficar se enchendo de gostosuras. Uma pena!

Lá fomos nós em busca de um restaurante sem fila de espera em Ipanema numa tarde de domingo. Comemos massa e terminamos com uma sobremesa calórica e um café. Não sei se a dieta da Bia ficou garantida... Mas o Sá com certeza ganhou o título de maior anfitrião de Ipanema!

terça-feira, 24 de março de 2009

DOCES BÁRBAROS VIRAM SUCO...




Inspirada pela criação do designer Marc Valega, os Beatle Juice, caixinhas de suco com nomes dos integrantes dos Beatles , a empresa de design Bistrô resolveu criar uma versão brasileira da ideia, usando como inspiração os Doces Bárbaros.
O resultado foi Os Sucos Bárbaros, uma linha que apresenta sabores inspirados no quarteto de MPB dos anos 70: Gilberto Gil vira MaracuGil; Gal Costa, GalRaná; Caetano Veloso se transforma em AbaCaetano, e Maria Betânia ficou como BeTâmara.

E você prefere um Suco Bárbaro ou um Beatle Juice?
Eu prefiro Beatleeeeeeeeeeeeeeee!!!!
Ricardo Starr

segunda-feira, 23 de março de 2009

Para os meus amigos Ricardo e Regina

Essa música virou o meu lema. Um pouquinho dela pra vocês, com o meu amor.
Beijos
Bia

...Bem que eu me lembro
Da gente sentado ali
Na grama do aterro, sob o céu
Ob-observando estrelas
Junto à fogueirinha de papel
Quentar o frio
Requentar o pão
E comer com você
Os pés, de manhã, pisar o chão
Eu sei a barra de viver

Mas se Deus quiser
Tudo, tudo, tudo vai dar pé
Tudo, tudo, tudo vai dar pé
Tudo, tudo, tudo vai dar pé
Tudo, tudo, tudo vai dar pé

Não, não chore mais
Não, não chore mais

terça-feira, 17 de março de 2009

o sonho não acabou...


Nada melhor que um Beatle Juice para refrescar o calor desses dias (na tradução literal “suco de besouro”, mas também pode ser um suco da banda inglesa The Beatles). O designer americano Marc Valega prefere a segunda opção (nós também) e criou caixinhas de suco bem divertidas com os nomes dos integrantes da banda.
Você pode escolher entre os sabores: John Lemon (limão), George Pearrison (Pêra), Mango Starr (manga) e Apple McCartney (apple deve ser lido como “é-poul” para ter graça). Infelizmente, esses sucos não existem, imagine o quanto custaria para vender sucos com a marca dos Beatles? Mas, com certeza, venderia muito!
A expressão “Beatle Juice” não é ideia nova, Tim Burton já dirigiu um filme com esse nome em 1988, mas tratava-se de suco de besouro mesmo.
Ricardo Lennon

sexta-feira, 13 de março de 2009

Dia Nacional da Poesia

Essa é a primeira vez que me animo a escrever aqui no Bonde, embora esteja sempre atenta às postagens. Amo essa atividade toda, mas me mantenho quieta no meu canto só curtindo. Acontece que recebo aqui no meu trabalho de um colega poeta um presente maravilhoso que quero compartilhar com vocês. Ele manda todos os dias poesias que chegam por e-mail e são como janelas em meio a mesmice cotidiana. Pois hoje, ele acaba de nos lembrar que amanhã é o dia nacional da poesia e mandou poesia pra comemorar, pra homenagear e pra lembrar que sem ela muita gente não vive. Eu não vivo. E acho que o Bonde também não.
Então, moçada, poesia pras nossas vidas!
Ah! O último poema é desse amigo poeta. Espero que curtam.
Lucia

SIMULTANEIDADE
Mário Quintana
- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!- Você é louco?- Não, sou poeta.

POÉTICA
Cassiano Ricardo

I
Que é a poesia?
Uma ilha
cercada
de palavras
por todos
os lados

II
Que é o Poeta?
um homem
que trabalha o poema
com o suor do seu rosto.
Um homem
que tem fome
como qualquer outro
homem

ISTO
Fernando Pessoa

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é,
Sentir, sinta quem lê !

RAZÃO DE SER
Paulo Leminski

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

TERRENO BALDIO
Henrique Rodrigues

“- o que eu vejo é o beco.”
Manuel Bandeira

No escuro inabitado onde eu vivia
Ecoava o seu silêncio. E era tanto
O céu vazio sobre o meu espanto
Que, feito um espelho opaco, refletia

A noite, se era noite e se era dia.
Mas, mesmo aprisionada nesse manto,
Você se revelava em cada canto,
E às vezes num relâmpago eu te via.

Morava sobre escombro bem antigo,
Por isso a sua presença era tão rasa
No teto, nas paredes. Mas consigo

Fazer do meu poema a nova casa
Montada num terreno que esvazio.
Pois ele – e nunca eu – é que é baldio.

domingo, 8 de março de 2009

8 de março...

Mulheres...Feliz dia,semana, mês, ano,década, século.... pra vocês !

quarta-feira, 4 de março de 2009

A corrente do bem...

Ricardo, tenha certeza que no nosso bonde existe um só pensamento: tudo, tudo vai dar pé!
Fica bem, amigo.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O Velhinho avisou...

"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que serão nacionalizados pelo Estado".
Karl Marx, filósofo e economista, em “O Capital”, de 1867.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Vestibular Bonde do Dom

2009 pra mim começou diferente. Apesar de eu já ter ido à praia do Bonde no ano passado, só neste verão que comecei a frenquentá-la assiduamente. Como meus fins de semana têm sido bons com essa turma!... Vocês nem imaginam como me fazem bem, trazem luz e alegria pros meus dias. Depois de um domingo com o Bonde, a semana começa bacaninha!

Agora, quero saber quando vai sair o edital do vestibular pra ingresso no Bonde. Sei que o Sá anda articulando isso com o Ricardo e quero me preparar direitinho. Preciso conhecer as ementas e estudar bastante. Hoje, fiz um intensivão com as meninas do Bonde: Bia, Regina e Lúcia. Elas estão me ajudando a me preparar. Acho que quando a prova for marcada, estarei pronta. Se a banca não estiver de mau humor, acho que consigo a aprovação!

Estou louca pra ser mais uma integrante do Bonde do Dom!

Letícia

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O PLANTÃO RP INFORMA (2)

- Os cachês dos três atores mirins que protagonizam o filme foram depositados em um fundo, para que sejam apenas retirados quando completarem 16 anos. Além disto os produtores se responsabilizaram pela contratação de um motorista que os levará ao colégio todos os dias até que cheguem à mesma idade.
fonte: site Adorocinema

O PLANTÃO RP INFORMA...

Atores-mirins de "Quem Quer Ser um Milionário?" vão deixar favela
Publicidade - Folha on line

As duas crianças protagonistas do filme "Quem Quer Ser um Milionário?" --que moram realmente em barracos de Mumbai-- não ficaram milionárias, mas darão adeus em breve a sua favelas graças ao governo de sua região, que os presenteou com um apartamento após a vitória como melhor filme no Oscar.
Azharauddin Mohamed Ismail, 10, e Rubina Ali, 9. que vivem na favela de Garib Nagar, viajaram no último fim de semana a Hollywood para acompanhar o resto da equipe do filme, que ganhou oito estatuetas, incluindo a de melhor filme.
O pai de Rubina, Rafik, é carpinteiro em tempo parcial, enquanto o pai de Azharuddin, Ismail, vende ferro velho e móveis antigos.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO, BRASIL E O RIO DE JANEIRO

Cinema é a melhor diversão.
Ir ao cinema é um programa legal.
Ir ao cinema com amigos e depois sair por aí, falando sobre o filme, muitas vezes não tem preço.
No sábado de Carnaval, na cidade do Rio de Janeiro, foi o que fizemos. Três casais, seis amigos que podiam estar ainda cantando em algum bloco, foram assistir “Slum dog millionaire”.
O filme é muito bom, tem um som maravilhoso e valeu a pena ir ao Shopping Leblon, que eu detesto, mas que tem cinemas ótimos com um puta som, THX.
O ator principal está maravilhoso e há muitas leituras para o filme, sem dúvida.
Saímos andando, falando das nossas observações:
... tá na cara que Fernando Meireles inspirou o diretor!
... não! Parece que ele não viu Cidade de Deus!
... que som maravilhoso!
... o filme é muito barra pesada, mas é lindo!
... gente, as músicas são lindas!
... o que foi aquela cena ....

Decidimos ir à Academia da Cachaça, mas como estávamos no Rio de Janeiro à noite, escolhemos o caminho mais longo e mais seguro, via Ataulfo (de Paiva).
Onze da noite, grupos de foliões semi fantasiados, na maioria compostos por jovens, caminhava em direção à Ipanema e nós, no sentido contrário, em direção ao coração do Leblon.
Cruzamos a Afrânio.
O trânsito inexistente, provavelmente interrompido por algum bloco que ainda não víamos, deixava a rua silenciosa. Um estranho silencio para uma noite de Carnaval, na Ataulfo de Paiva.
Na esquina, uma vendedora de cerveja com seu isopor e uma amiga, colocava uma menina, que tinha a idade da protagonista do filme, para dormir num estrado de papelão sobre o banco ainda em bom estado, sobrevivente do RIO CIDADE.
Desviamos o olhar. Ainda assim esbarramos com mais gente dormindo ou se preparando para dormir na calçada em camas de papelão.
Eles eram muito silenciosos.
Eles costumam ser muito silenciosos diante da nossa opulência social, quando estão dormindo em nossas calçadas ou revirando nosso lixo.
Saímos de Bombaim, cidade do filme, India, e silenciosamente mergulhamos na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.

A partir daí ficamos, repentinamente, a sós com os nossos pensamentos, com as desigualdades que sabemos existir, com as experiências pessoais de cada um de nós.

Estamos no Terceiro Mundo. Somos BRIC’s, a Índia também é e caminhávamos ...
Resolvemos mudar de endereço e seguimos para o SAMOA da Cupertino, um “japa-carioca”.

Nesse último trecho de caminhada, muita luz, muita gente sorrindo se alimentando na loja de sucos da esquina, muita gente feliz sentada em mesas na calçada.

Chegamos ao SAMOA. Procuramos uma mesa para 6, onde pudéssemos fumar e que fosse agradável. A solução seria mudar o lay out das mesas.

O bonde quando sai é assim meio “tribalista na irreverência”, “pé em deus e fé na taba”. Normalmente, barulhentos nessa irreverência layoutiana, mas o filme e os silenciosos desabrigados do caminho ainda estavam entre nós e, compreensivelmente eu acho, não estávamos barulhentos como de costume.

Nisso, um casal jovem que estava jantando, se ofereceu a mudar de mesa para que pudéssemos nos acomodar. E nós nem tínhamos pensado nessa hipótese.

Ficamos encantados e quase desconcertados com a gentileza.

Após o filme, após a realidade nua e crua que evitamos encontrar, mas que está presente no mundo e entre nós, recebemos um presente de um casal que não fazia idéia de nossas aflições.

Eles nos trouxeram de volta ao Rio de Janeiro que amamos, de gentileza, de simpatia, de alto astral.

O jantar estava ótimo, brincamos com tudo e nos despedimos com um estado de espírito bem melhor.

Encontrar gente legal no Rio de Janeiro, também não tem preço

P.S.: Escrevo isso após a vitória do filme no OSCAR.
Eu e Bia fomos dormir tarde e vimos a cerimônia do OSCAR até o fim.
Foi bonita a festa, pá!
Fiquei tão animado que fui pesquisar sobre o diretor, sobre outros filmes dele e li muitos comentários sobre o filme ganhador.
Tenho algumas convicções sobre estrangeiros do primeiro mundo descrevendo a realidade dos outros mas... estava gostando do que tinha lido.
Nisso volto à internet e leio mais notícias sobre o OSCAR.
A beleza da cerimônia, a foto do grupo com um dos atores adultos com as mãos nos ombros de um dos atores mirins aparecerá em todos os jornais e revistas do mundo ...
Mas tem mais e é instigante...
Antes que leiam aqui vai um viva a Fernando Meireles!
Saravá!



http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL1010578-9798,00-APESAR+DE+FATURAR+U+MI+ATORESMIRINS+DE+SLUMGOD+MILLIONAIRE+AINDA+VIVEM+NA+P.html

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O PLANTÃO RP INFORMA...

Audrey Hepburn foi escolhida a atriz mais bonita da história do cinema de Hollywood, à frente de Angelina Jolie e de estrelas como Regina Varella, Bia Prado, Grace Kelly, Sophia Loren, Julia Roberts e Cameron Díaz, segundo uma pesquisa publicada no Reino Unido. Os entrevistados justificaram a escolha de Hepburn como a mais bela por "seu corpo e por seus olhos amendoados", enquanto Jolie conta com o apelo dos mais jovens.

O terceiro lugar ficou com Regina Varella, que é musa de Ricardo Pereira e atuou em clássicos como "A Bela de Ipanema" e "Disque R para Cantar".

Atrás de Regina Varella , os 2.000 cinéfilos consultados escolheram a sensualidade de Marilyn Monroe, a elegância de Sophia Loren e o charme de Bia Prado.

As atrizes que completam a lista de rostos mais belos do cinema são Catherine Zeta-Jones, Elizabeth Taylor, Keira Knightley, Halle Berry, Brigitte Bardot, Vivien Leigh, Nicole Kidman, Doris Day, Scarlett Johansson, Charlize Theron, Jennifer Aniston, Michelle Pfeiffer e Liv Tyler.

ACABOU O AMOR....

... ISSO AQUI VAI VIRAR UM INFERNO !
Já escutei esse terrível cântico das torcidas organizadas no Maracanã. Sempre me assustou. Mas na segunda-feira passada, eu encontrei um sentido pra ele...
Começaram as obras lá em casa...

Ricardo

domingo, 8 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O Bonde do Bem

Hoje almocei com a Regina, com o Ricardo e com a Joana.
Como sempre que estamos juntos, foi ótimo.
Chorei várias vezes durante o almoço escutando a Regina.
Sei que "ando tanto à flor da pele, que qualquer beijo de novela me faz chorar..."
Mas olhar pra minha amiga ali, falando coisas tão lindas, de um jeito tão doce e firme, me faz acreditar que, apesar de tudo, a vida é muito boa. Eu sou cercada das melhores pessoas do mundo.
Claudio K, Paulinha, Sá, Olívia, Ricardo, Regina, Joanita... é muita gente no bonde do bem.
Beijos,
Bia

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

RC EM RITMO DE AVENTURA

Amigos...

Quem for neste endereço...

http://www.patricksaviation.com/videos/Caribougnal/1694/

....poderá curtir cenas do filme do Rei que mostram um passeio de helicóptero pelo Rio de Janeiro dos anos 60.

Divirtam-se !

abs e bj

Ricardo

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Um sambinha pra alegrar a moçada...

Chega
Mart'nália - Mombaça

Não, não te quero mais
Agora eu que decido aonde eu vou
Não, não, não suporto mais
Prefiro andar sozinha como sou
Andar de madrugada feito traça, feito barata
feito cupim
Dizer pra mim que eu gosto mais de mim
Que eu sou assim e não tem jeito
Vai sair da minha vida
Você vai ter que mudar
Da minha casa, de atitude, chega
Ainda mais agora que eu vou viajar pra me livrar de você
Não quero mais ser seu amigo nem inimigo, nada.

Andar de madrugada feito traça
Feito barata feito cupim
Dizer pra mim que eu gosto mais de mim
Que eu sou assim
E não tem jeito
Pra entrar na minha vida
Você vai ter que mudar
Da minha casa, de atitude, chega
Ainda mais agora que eu vou viajar pra me livrar de você
Não quero mais ser seu amigo nem inimigo nada
Pra entrar na minha vida você vai ter que mudar
Da minha casa, os meus amigos e chega
Ainda mais agora que eu já viajei e me livrei de você
Não quero mais ser seu amigo nem inimigo nada
Pra você é o fim da estrada com você fechei a tampa
Da minha casa dos meus amigos, chega
Ainda mais agora que eu vou viajei
E me livrei de você
Não quero mais ser seu amigo nem inimigo nada
Pra você é o fim da estrada com você fechei a tampa.

Beijos
Bia

25 ANOS

Há 25 anos eu recebi um presente... Um presente que me transformou. Naquele momento, a saudade do posto nove, os papos filosóficos-políticos, os discos dos Beatles e do Rei, as certezas dos amigos, os gols do Flamengo, as reportagens especiais, todos perderam um pouco de importância...Eu senti que daquele instante em diante, outras emoções tomariam conta do meu coração....
Cada passo tinha que ser pensado, sem perder a espontaneidade. Cada palavra ganhava um novo peso. Um peso de seriedade, de felicidade e de luz... A partir dali, o Ricardo não era só o Ricardo. Não era apenas um jovem jornalista tentando se firmar na carreira, disposto a descobrir novas histórias, a revelar casos secretos, a descrever experiências emocionantes... A partir dali, como dizia o velho compositor cearense, não era mais apenas um rapaz latino americano, sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes... Agora o meu cpf tinha que engordar !
O futuro se apresentava com mais desafio, mais fascínio, mais mistério, mais mágica, mais descobertas e muito, mas muito mais emoções...
Há 25 anos, numa maternidade em Aracaju, o telefone tocou numa sala de espera, e a atendente disse “ sim, ele está, está muito nervoso..." Alguém disse alguma coisa do outro lado da linha e antes de me passar o aparelho, ela exclamou "ah, é um menino... É um menino !"
Uma lágrima correu pelo meu rosto. Mais uma, mais uma, muitas.... Um sonho se realizava. Um mundo novo começava a crescer... Naquele momento, ainda sem nome, mas com a certeza de muito amor, muita cumplicidade, muita vida e muitas histórias para contar...
25 anos depois daquela manhã, sentado na praia do Arpoador, cercado pela beleza do Rio, penso nessa história, na vida que acompanhei, curti, eduquei, deseduquei, ri, chorei, questionei, abracei, descobri, esperneei, apontei, vibrei, enlouqueci, tratei, brinquei, discuti, me emocionei... penso também no que vem por aí e agradeço, orgulhoso, sensibilizado, e totalmente “coruja” o filho que tenho...

Feliz Aniversário, Rodrigo !

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Estou de Volta!

Meus amigos do "Bonde do Dom"
Estou longe mas com o coração sempre perto.
Tenho a certeza de que em breve estaremos mais próximos novamente.
Sinto saudades de todos vocês sempre.
Eu estava lendo o texto abaixo e claro que lembrei de todos.
Estou de volta no BLOG.

Bom final de semana.

Beijos

Reynaldo



"Como dizia o poeta: “Quem tem um amigo
Mesmo que um só, não importa onde se encontre,
Jamais sofrerá de solidão.
Poderá morrer de saudades, mas não estará só”.
O tempo costuma passar rápido.
As pessoas chegam e já vão embora.
E deixam saudades, muitas saudades...
Os amigos mesmo a quilômetros de distância,
Tem o poder de nos fazer companhia
Pelo simples fato de nos lembrarmos deles.
Amigos possuem a fórmula mágica
De divinizar nossa existência.
Amigos têm a capacidade de unir os corações
Mesmo sem ver a faces.
Para os amigos a distância não existe,
Não existe nem mesmo a saudade...
Pois a saudade é dom de ser eterno no coração do outro.
Amigos andam de mãos dadas e curam as feridas uns dos outros.
Amigos são marcas eternas...
Amigos são anjos...
Anjos que não têm asas, nem sabem voar;
Mais possuem o grande poder de interpretar o nosso silêncio.
Amigos são como vocês que me deixa felizes
Pela simples dádiva da existência."

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O PLANTÃO RP INFORMA...

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta quinta-feira sua primeira lei, o histórico Ato Lilly Ledbetter, que promove igualdade de pagamento entre homens e mulheres. O tema é polêmico no Congresso americano e enfrenta oposição dos republicanos conservadores.
"É muito simbólico que o primeiro projeto de lei que assino fale de um dos princípios fundadores deste país; que somos todos iguais e que cada um pode perseguir a sua própria versão de felicidade", disse Obama, retomando um tema que marcou seu primeiro discurso após a posse. "Estas palavras escritas em um papel há 200 anos indicam o entendimento moral que temos que ter atualmente."
Lilly Ledbetter, que dá nome ao projeto de lei, é supervisora da fábrica de pneus da Goodyear Tire & Rubber, em Gadsden, Alabama. Ela processou a empresa por discriminação de pagamento pouco antes de se aposentar, após 19 anos de serviço. Ledbetter ganhava US$ 6.500 a menos que o supervisor com menor salário e alegou que foi decisão de seus supervisores que não ganhasse mais.
Em 2007, a Suprema Corte dos EUA votou, por 5 votos contra 4, por recusar o pedido de indenização de US$ 360 mil, alegando que ela demorou tempo de mais para iniciar o processo. A legislação americana afirma que os trabalhadores têm 180 dias a partir da discriminação para abrir um processo.
"Ela fez seu trabalho por quase duas décadas antes de descobrir que ganhava menos que colegas homens. Ela teve perdas de U$ 200 mil em salário e ainda mais em pensão e benefícios sociais, perdas com as quais ela arca até hoje", disse Obama, acompanhado por Ledbetter.
"Ela poderia ter ignorado [a diferença], ela poderia ter evitado toda a pressão e o assédio por levar adiante um processo. [...] Mas ela decidiu entrar em uma jornada de dez anos até a Suprema Corte e até chegar a este momento para efetivar a justiça que as pessoas merecem", continuou o presidente, que contou conhecer pessoalmente Ledbetter, que discursou na Convenção Democrata Nacional em 2008, que oficializou a candidatura de Obama à Casa Branca. Ao assinar a lei, Obama entregou a caneta a Ledbetter, como símbolo da sua conquista.
O democrata lembrou da história de sua avó, que trabalhava em um banco no Havaí e sustentava ele e sua meia-irmã. "Assino esta lei em honra a ela e mulheres como ela, como minha avó, que trabalhou no banco a vida inteira e mesmo quando atingiu o teto de vidro continuou indo para dar o melhor para mim e minha irmã", disse o presidente. "Para minhas filhas, para que elas tenham oportunidades que sua mãe e avós não imaginavam ter."

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

QUARTA-FEIRA.... DE CINZAS...

Não vi os golfinhos na praia de Ipanema,
não posso acreditar que o Sarney vai ser novamente presidente do Senado,
não sei como libertar os corações das dores do amor,
não quero mais Marcelinho Paraíba no Flamengo,
não passa a minha dor de cabeça,
não consigo me livrar dos fantasmas,
não aguento mais as notícias da crise,
não encontro o que dizer para ajudar pessoas que amo,
não estou com vontade de trabalhar,
e pior...
não vou folgar no fim de semana.
Amigos, a vida tem desses momentos em que o não é maior do que o sim..
mas não me desespero...
quem sabe amanhã, sim, eu vejo os golfinhos ?
Ricardo

domingo, 25 de janeiro de 2009

Alô alô

Vocês só querem saber de praia, chope e festa, né?
Cadê a galera no blog?
Só Ricardo e eu que continuamos?
Alô, alô, Bonde do Dom!!!
Bia

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

OBAMA AVISA

Versão carioca do lema do novo presidente dos States:

" YES, WEEKEND "

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A MENINA DA DECLARAÇÃO

Chovia. Estávamos todos juntos debaixo de uma marquise na rua Barão da Torre. A rua foi a ligação entre as duas turmas. Uma, formada por meninos e meninas que moravam na vila 100 ou próximo a ela. A outra, numa quadra logo depois, seguindo o fluxo da rua, onde eu passei a minha infância na casa da minha avó e vivia os primeiros anos da adolescência. A nossa turma era mais de meninos que durante muito tempo jogaram bola juntos, descobriram o prazer e os mistérios de uma mesa de botão, ouviram as primeiras canções do Beatles e começavam a sonhar com os encantos do sexo oposto... Adolescentes, alegres e esperançosos... Agora juntos numa única turma.

E estávamos todos ali, juntos, sentados num degrauzinho, esperando a chuva passar... Foi quando ela me chamou a atenção pela primeira vez. De joelhos, na frente do namorado, ela começou a fazer uma linda declaração de amor. Os dois formavam o casal que estava junto há mais tempo naquela época. Ela, com seus cabelos que escorriam lisos mas formavam cachos no final, dizia que amava e que queria ficar pra sempre com ele... Eu não era amigo dos dois. Não acompanhava o relacionamento de perto mas fiquei fascinado pelo belo momento romântico que estava vendo. Era a primeira declaração de amor, como aquelas do cinema, que via ao vivo, bem de pertinho... E, enquanto ouvia, ficava pensando se em algum dia eu teria um momento parecido na minha vida...

Infelizmente não tive a chance de desenvolver uma grande amizade com a menina da declaração.. Tivemos apenas aquela relação de turma, de encontros ao longo do tempo em festas e reuniões. Soube que ela se casou, não com aquele primeiro namorado. Teve dois filhos, descasou e novamente se casou. Enfrentou com muita coragem algumas dificuldades na vida. Sempre com muita energia, aliás, uma energia positiva que sempre iluminava os nossos encontros...

Nunca comentei a cena da marquise com ninguém ... Nem com ela. Uma pena. Acho que ela ia gostar de saber da história. Sei que ela sabia por uma amiga em comum que eu havia encontrado alguém que me faz viver momentos tão românticos como aquele... Uma cena que ficou pra sempre na minha memória da adolescência e domingo, como um velho filme clássico, passou de novo na minha tela, depois da notícia de que ela, a menina da declaração, perdeu a última batalha e partiu deixando saudade no coração da nossa turma da Barão...

Um beijo, Aninha.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Tudo que falei era verdade...

O autor de "A Favorita", João Emanuel Carneiro, confirmou ter feito alterações em algumas das cenas finais que vazaram para a imprensa na semana passada. "Estamos averiguando quem passou as informações", contou ele, que disse ter ficado "chateado".

Ricardo é cultura !

abs

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

RELAÇÕES DE TRABALHO

Acabou de me acontecer uma coisa estranha. Quando me afastaram da chefia do Esporte Espetacular, em maio de 2007, eu recebi a solidariedade de muitas pessoas do departamento. Várias manifestações de carinho e de apoio. Não só pela pessoa que eu sou mas também por terem visto ou julgado que havia uma grande injustiça na maneira como tudo foi feito.

Mas algumas pessoas que falavam comigo constantemente sumiram. Não disseram nada. Simplesmente "desapareceram"... Confesso que foi difícil pra mim aceitar isso. Me doía muito perceber que durante quase 5 anos alguns falavam com o "chefe" Ricardo e não com a pessoa "Ricardo". Eu sempre ouvia histórias sobre isso mas, inocentemente, não imaginava que pudesse ocorrer comigo. Mas... aconteceu. E eu tive que amadurecer e crescer em cima dessa decepção. E vocês sabem que o crescimento do Bonde muito me ajudou a superar esses momentos, tanto do ponto de vista profissional quanto do emocional...

Mas uma dessas pessoas ficou no meu imaginário. Eu nunca mais a vi. Só no vídeo. Cheguei até a sonhar que estava dizendo pra ela o quanto tudo me doeu, o quanto o silêncio dela me machucou e (no sonho) ela pedia desculpas, lamentava, chorava, etc...

E hoje essa pessoa apareceu na Redação. E veio falar comigo como se fosse a coisa mais normal do mundo. Como se estivesse com saudade daqueles tempos, como se estivesse feliz em me ver bem... Caramba! Na hora em que ela começou a falar, eu fiquei desconcertado. Em poucos segundos, comecei a pensar no que deveria fazer, se deveria mandar a merda, se deveria não falar, se deveria criar uma cena... Mas...a tradicional educação me impediu. Cumprimentei-a. Sem entusiasmo. Mas também sem a indiferença que ela merecia. E ouvi a pergunta: Mas que projeto você vai tocar ? Normalmente, pela minha timidez, pelo meu jeito discreto, eu não diria nada...Mas veio um orgulho ferido, um "aprendizado político" de dizer algo expressivo e respondi na lata: os 40 anos do JN !

A pessoa respondeu - ah, que legal ! e vc vai fazer a diferença como sempre fez.... E ainda me disse que voltaremos a falar. Eu não respondi nada. Apenas sorri. E ela foi embora...

E eu fiquei com pensamentos me martelando a cabeça... sem a concentração devida para o trabalho ( espero recuperá-la já...) e questionando muito: Será que eu amadureci e aprendi a fazer o jogo de cena necessário nessas relações de trabalho ? E será que isso não significa que a minha essência foi mais uma vez dissolvida ?

A vida nos coloca nessas situações conflitantes. Pode ser uma bobagem de quem tem algumas dificuldades de lidar com a dureza das relações humanas... Mas espero refletir e aprender com mais esta. Neste momento, o meu sentimento é de tristeza...