domingo, 26 de outubro de 2008

Votarei no 15!

Meus caros amigos,
Tivemos uma acalorada discussão política em nosso jantar pré segundo turno.
Os que defendiam Gabeira falaram em esperança de uma política mais limpa e na capacidade de um homem modificar muita coisa.
Do outro lado, os argumentos é que não se governa sem alianças, no legislativo nem no executivo.
No meio da discussão permearam argumentos, ao justificar Gabeira, que o governo Lula e o próprio Lula fizeram concessões demais desde o início.
Eu continuo achando que as eleições têm sido períodos maravilhosos para reflexão e que os resultados das eleições são também maravilhosos.
Depois da discussão mudei meu voto, agora decididamente pró governo Lula e por conseguinte contra Gabeira e pró Eduardo Paes.
Meu voto é contra os iluminados, é contra o apoio que a mídia liberal dará as críticas que o Gabeira fará, é contra um candidato inteligente que no debate não fala para a Zona Oeste e se compara a Obama.
Além disso, já que o Kassab vai ganhar em São Paulo e o candidato do Aécio pode ganhar em BH, com o apoio do PT, vai haver um equilíbrio pró e contra o governo Lula com a vitória aqui do Eduardo Paes.
É portanto um voto que transcende o Rio de Janeiro em alguns aspectos, mas que quer ambulatórios abertos 24 horas, por tudo que isso representa.

9 comentários:

Anônimo disse...

Acho uma grande pena a mudança do voto de vocês. Talvez não tenha que achar nada, porque democracia é isso, e talvez eu dizer isso possa ser interpretado como arrogância. Mas prefiro dizer que entendo isso como sentimento. E fico triste de isso ter acontecido justo depois de conversarmos tanto. Nossa conversa fez vocês mudarem de voto (estou falando de uma conversa que não envolvia tentativa de convencimento, mas troca de impressões entre pessoas que estariam todas do mesmo lado, ainda que com nuances entre si)! Que incompetência a minha de expressar impressões políticas tão misturadas com sentimentos sobre a vida! Vida que tem feito ultimamente só as pessoas se afastarem da política e descrerem dela.
Talvez política seja mesmo para aqueles que se pautam pelos cálculos políticos, de 2010, 2014, 2018 e não sei mais de datas. Cálculos sobre o Lula ou seu representante no poder. Quem sabe ele ainda possa voltar? Talvez não seja mesmo para mim. Acho que a vida de verdade, que se vive nas ruas, nos espaços de trabalho, na praia, nas casas (tanto daqueles que precisam comer, quanto daqueles que já têm comida no prato, mas continuam desejando a possibilidade de crer numa vida um pouco melhor que essa que temos vivido, que tem feito os jovens ficarem tão sem esperança...), está muito distante de todos esses cálculos. A minha vontade era a de que essas coisas se aproximassem mais. Só vontade, não certeza. Vontade também de colaborar para que isso acontecesse. Crença de que podemos sim inventar outras formas de fazer política. Como o PT inventou na década de 80 e se perdeu. Crença de que o novo não tem fórmula e que pode inventar algo diferente do "é dando que se recebe". Que está em aberto. E que cabe a nós contribuirmos para que aconteça. Mas não pode começar de uma vez só. Tem que começar de algum lugar ainda que pequeno, que era o que muitos de nós vínhamos sentindo no momento presente.
A minha conversa sobre diálogo entre PT e PSDB (que ainda, a meu ver, têm poucos quadros mais decentes com propostas para sociedade)talvez represente mais uma ingenuidade da minha parte. O cálculo de quem ocupa os palácios, de Brasília ou dos estados é muito diferente. Cálculo acompanhado, na minha visão infelizmente, por muitas pessoas. O que talvez valha mesmo é acirrar o Flamengo X Vasco.E disputar, sempre disputar. Os velhos lugares de poder. E, para isso, precisam ser feitas concessões aos pobres, é claro. Que, como contrapartida, podem lucrar um pouco com a disputa. E comer um pouquinho melhor, talvez. Talvez seja essa a nossa única possibilidade de "bom" futuro...
Diante do que produziu a nossa conversa, fico pensando se vale mesmo a pena conversar de novo...
Pelo menos sobre esse assunto.

Anônimo disse...

Só mais uma coisa: como já disse em outro texto, além do "é dando que se recebe", o grave é a possibilidade de aceitarmos, em nome dos resultados, uma forma de fazer política (como vimos na campanha carioca) que envolve todo tipo de baixaria, de assédio,de ameaça, de divulgação de informações caluniosas, de aproximação do mundo do crime, enfim. Enfim, é o ganhar a qualquer preço.
Acho que para coibir isso, que sabemos fazer parte da política, é preciso uma liderança que se identifique com outro estilo, que possa coibir esse tipo de coisa na sua campanha e diga com todas as letras que não vale a pena vencer a qualquer preço.
Por esse lado, se tiver que ser assim, sem dúvida alguma é melhor perder.

Bia Prado disse...

Ana, discutir tem seus "riscos"... as pessoas podem mudar de opinião diante dos nossos argumentos.
E isso não é necessariamente ruim. Principalmente, se não tivermos a pretensão da detenção da verdade.
Agora, tudo isso que vc escreveu em seu comentário, nós não defendemos nem votaremos no Paes por conta disso.
Que bom que podemos pensar parecido, diferente e termos visões opostas em determinadas situações.
Uma das razões que meu voto não é no Gabeira é exatamente por achar que todos esses seus argumentos também estão presentes do lado dele. E a partir daí escolhi os meus critérios para o meu voto.
Eu também tenho esperança de dias melhores na política. Nada a ver com cálculos... Essas são palavras suas.
Bia

Muller disse...

Que pena :-( vc ja leu:
Congresso Em Foco: Paes tem ficha suja
Mesmo assim vota Paes? Tem muito mais o que ler:
Leituras para 26 de Outubro
Campanha e ficha suja, troca de cargos vai ser um governo incompetente. Ainda é tempo de refletir:
Motivos para votar Gabeira

Anônimo disse...

Para Bia, Ana e Regina,
Para Ricardo, Sidinho e para mim mesmo,
Discutimos intensamente ontem.
Mais uma vez nossa mesa ficou barulhenta e deve ter incomodado muita gente no restaurante.
Eu estava de costas e não vi a reação dos vizinhos.
Não sei se eles queriam estar entre nós, em meio à polêmica ou entre certezas ou indiferenças.
Eu prefiro ficar entre nós que nos amamos, nos respeitamos e que tivemos divergências e que as externamos.
Mudei meu voto a partir da discussão de ontem.
Escrevi no Blog durante a madrugada, por entender que era necessário.
Eu e Bia trabalhamos na iniciativa privada, não temos nem almejamos nenhum benefício com a eleição. Assim mesmo defendemos acaloradamente alguns pontos de vista desde o ínício dessa polêmica em nosso blog.
São convicções profundas e gostaríamos que todos entendessem.
Somos diferentes e somos iguais.
Bjs

Anônimo disse...

Sabe, Sá, talvez eu sofra mais, porque sou funcionária pública e porque sinta os efeitos horrorosos das práticas baixas de um estilo horroroso, a meu ver, de fazer política no meu dia-a-dia. É claro que todo cidadão sente, mas quem trabalha num espaço público, em que os cálculos políticos e as alianças estabelecidas com o governo do estado, ou com outro nível de poder se mostram presentes no espaço universitário - no meu caso - de formas horrorosas e nocivas, talvez sinta mais.
Eu acredito na possibilidade de outras práticas políticas no micro e no macro. E acho que o Eduardo Paes representa o oposto disso. Quanto ao Gabeira, acho que ele pelo menos está catalizando esse sentimento que está sendo manifestado por muita gente e seria interessante ver o depois, como seria. Apenas uma possibilidade, como já falei tantas vezes. Vamos ver se será possível ver isso. Se não for, a vida continua.

Anônimo disse...

Bia e Sá, não deixem de tomar um Engov antes de votar.Cuidado com a dor de cabeça que costuma vir junto.Palavra de médico que não aguenta mais ver o assunto saúde só ser tratado em época de eleição, prometer UPAS para depois não dar: manutenção, insumos básicos para seu funcionamanto e salário digno para os profissionais envolvidos, com reflexos diretos no atendimento a população. Cansei de ouvir e palavra "parceria" e, para falar a verdade, o discurso ensaiado e aquele cabelino todo certinho do EP,me fizeram lembrar do Collor em seu último debate com o Lula.
Sidinho

Bia Prado disse...

Acho inacreditável não ter o direito de escolher o meu voto! Em 2008!!!
Caminhamos tanto e não podemos pensar diferente. Inacreditável!
É essa a campanha limpa?
Bia

Bia Prado disse...

Será que depois de tanto caminharmos não podemos escolher nosso voto sem tanta dor?
Bia