quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Antônio

Ontem conheci Antonio. E foi mais fácil do que eu imaginava. Ele rapidamente abriu os braços e veio me abraçar. Sorriso maroto. Poucas, na verdade, pouquíssimas palavras... Mais grunhidos... Olhos curiosos, boca aberta, toda a vontade de comer pedacinhos de pão de queijo. E o mundo inteiro para descobrir. Antonio tem pouco mais do que um ano de vida. É filho de uma colega de trabalho que morava na China com o maridão correspondente e que ontem , apareceu pra ver os amigos na tv...
E enquanto Antonio ficava nos meus braços, em poucos segundos, viajei no tempo, mais precisamente para vinte e três anos atrás quando outro bebê também tinha um ano de idade e começava a expressar os primeiros sentimentos, a descobrir os primeiros sons, a formar as primeiras palavras. "Arve"...disse ele. A primeira palavra que Rodrigo falou. Eu gostava de andar com ele no colo e ia falando o nome de tudo que passava na nossa frente. E um dia ele repetiu, depois que apontei uma árvore.
Não consigo me lembrar quando foi a primeira vez que ele disse "papai"...Nem "mamãe". Mas a minha memória , tão esquecida, não perdeu esse momento tão nosso... Pra mim vai ser sempre a primeira palavra do meu filho. "Arve", uma palavra bonita que reúne natureza, verde, renovação, alimento, sombra, beleza, vida...
Ontem o pequeno Antonio me deu mais alegria do que ele podia imaginar na ingenuidade do seu sorriso...

Ricardo

6 comentários:

Arthurzinho disse...

Um intelectual nato... A primeira palavra: uma trissíliba proparoxítona, quase um trava-língua eu diria.

Melhor que isso só Obina, que nasceu, olhou pro lado e disse "Deus perdoa, eu não!"

rs

Anônimo disse...

Belo texto meu amigo!
Com certeza o Antonio como todas as crianças nessa idade, tem o poder de nos mostrar a igenuidade, pureza e a dependencia que temos uns dos outros.
Além de ter remetido você a um momento bonito e feliz, o Antonio representa a vida, a descoberta e o amor puro.
Abraços

Bia Prado disse...

Lindo, Ricardo!
Fiquei emocionada... muito bom lembrar dos nossos filhos pequenos, né?
Ai, ai, acho que estamos precisando ser avós :)
bjs,

Arthurzinho disse...

Ei, calminha aí Bia! A bolsa de doutorado não está com essa bola toda não! rs

Bia Prado disse...

Ai Rodrigo, vcs sempre arrumando desculpas... hahahaha.
bjs,

Anônimo disse...

Meu amor,

um lindo texto, com a marca inconfundível da sua sensibilidade!

Te amo!